Som De Terreiro Agita Baixada

FESTIVAL DE ATABAQUES E MÚSICAS DE UMBANDA REÚNE 2,5 MIL PESSOAS HOJE NA RIO SAMPA

Rio -  A curimba ganha destaque hoje na Baixada Fluminense, com o 8º Prêmio Atabaque de Ouro, na RioSampa. Participam os vencedores de festivais de melodias de terreiro de umbanda em 2011, nas categorias intérprete, curimbeiro, produtor, veterano, coreografia, entre outros. No final, será escolhido o Campeão dos Campeões.

A premiação terá como padrinho o Mestre Casagrande, da Unidos da Tijuca. Além de grupos do Rio de Janeiro, representantes de Brasília, Paraná e São Paulo vieram em caravanas. O evento começa às 13h30 e está sendo esperado um público de 2,5 mil pessoas. A mesa com quatro lugares custa R$ 120.

Foto: Paulo Araújo/ Agência O Dia

Segundo o organizador Marcelo Fritz, o Atabaque de Ouro visa à valorização de produtores, compositores e intérpretes da música popular brasileira de melodia de terreiros. “Contribui para a visibilidade aos artistas e à cultura herdada de nossos antepassados escravos. Ativa o mercado com lançamento de novos artistas”, diz.

São João de Meriti mandou os dois representantes da Baixada. A Casa de Caridade Pai Benedito de Angola, de Éden, concorre com o ogã Valdiney de Ogum, na categoria intérprete e autor, na coreografia com Zenaide Rosa e Margarete Carla. Valdiney venceu o Festival da Casa do Perdão em Padre Miguel.

O Centro Espírita Unidos pela Fé, de Coelho da Rocha, tem na disputa José Carlos de Oxóssi e Afonso de Xangô, que venceram o festival de Alexandre de Iemanjá, na Tijuca. “Tenho mais de 200 troféus e no ano que vem sou forte candidato ao prêmio campeão de títulos. Este ano já tenho dois primeiros lugares em festivais”, diz José Carlos.

A RioSampa fica na Rodovia Presidente Dutra, Km 177, Nova Iguaçu. Os portões abrem às 12h30.

‘Música com potencial para virar sucesso’

O prêmio Atabaque de Ouro foi criado em 2005 pelo Instituto Cultural de Apoio e Pesquisa às Tradições Afro (Icapra), segundo Marcelo Fritz, movido pelo reaquecimento de festivais de melodias de terreiro, que surgiu nos anos 70.

De acordo com a sacerdotisa de santo, Anne de Iemanjá, que concorre como autora e intérprete, o prêmio é muito importante para dar visibilidade à religião. “A música de terreiro tem grande potencial para virar sucesso. Se houver organização, podemos resgatar o espaço na mídia”, diz.

Entre as novatas, está a menina Rayssa de Oxaguian, de 11 anos, filha de santo de Mirian de Oyá. Ela venceu o 1º festival infanto-juvenil, do Centro Espírita de Juçara de Oxóssi e concorre como autora e intérprete.