quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O SIGNIFICADO DA NAÇÃO BANTU-AMERINDIO

SOMOS DA NAÇÃO BANTU-AMERINDIO QUE CUJO O SIGNIFICADO E:

"A umbanda é prática religiosa dos negros africanos bantos que, juntamente com os sudaneses, foram trazidos ao Brasil, como escravos. Existindo entre os negros bantos, segundo Nina Rodrigues e Arthur Ramos, o culto dos antepassados, ou a crença na existência da alma dos mortos, os negros brasileiros fundiram esse culto com as práticas do Catolicismo e do mediunismo, assimilando-o ao seu ritual supersticioso, daí nascendo então o culto banto-ameríndio da Umbanda, conforme define João T.de Paula. Pedro Franco Barbosa

Retirado do livro Rituais Negros e Caboclos, Nivio Ramos Sales, Ed. Pallas.
Os primeiros escravos que aqui chegaram vinham da região da Guiné Portuguesa e foram distribuídos pelas áreas dos canaviais da Bahia e de Permambuco, alem de outros Estados. Também utilizados nas culturas de cana foram os de língua banto, originários de Angola e do Congo. Já para a área da mineração foi maior a influencia de negros oriundos do litoral da Costa de Mina - os nagôs, os jêjes e outros.
Estes negros trouxeram consigo uma grande bagagem mística, diversificada em varias tendências. Nina Rodrigues coloca, no entanto, que os cultos que aqui se estabeleceram e se organizaram tiveram como principal modelo à religião dos nagôs. A inacessibilidade da mensagem católica fez com que se apegassem as suas origens religiosas. O exclusivismo nagô, asseverado por Nina Rodrigues, sofre restrições por parte de outros autores, devido à constatação da relevância, ate hoje, de elementos religiosos de outras raízes, como, por exemplo, os oriundos do Congo e Angola. Por outro lado, vem ocorrendo, desde o fim do trafico negreiro, um acentuado processo de nacionalização dos cultos. A gradativa introdução de novos estereótipos contribui cada vez mais para a diversificação em varias seitas, e destas em vários subtipos. Edson Carneiro tem uma colocação especifica sobre o tema. Para ele, a manutenção da diversificação das religiões dos negros foi incentivada por certas autoridades do século XIX. Já que o único falar de desunião entre os negros era a diferença religiosa, uni-los neste sentido seria fortalecê-los.
A primitiva localização dos escravos no território brasileiro sofreu modificações por forca do desenvolvimento histórico, tanto econômico como político. Fatores como a guerra contra os holandeses, os quilombos, as insurreições dos negros e as revoluções independência provocaram enorme dispersão dos negros e difusão de sua cultura. Os ciclos econômicos, principalmente, demandando mais braços para novas regiões, possibilitaram o intercambio lingüísticos, sexuais e religiosos entre escravos e nativos. Mas, para Nina Rodrigues, prevaleceu à religião dos nagôs, tomada como padrão pelas demais religiões afro-brasileiras. Estas podiam, então, ser distinguidas segundo o maior ou menor grau de absorção de elementos nacionais. A proeminência da contribuição nagô, segundo e colocado por Nina Rodrigues, adejem de sua posição social originaria, na África, e de sua constituição, aqui, numa espécie de elite que se impunha. Sua localização inicialmente na Bahia e Pernambuco fez com que estas regiões se tornassem pólos de irradiação do modelo nagô para o Nordeste e Centro-Sul. Entretanto, as características sociais, geográficas e econômicas de Minas, Rio e São Paulo colocaram impasses a imposição de tal modelo ( Além disso, essas regiões receberam negros originários de Angola, do Congo, Moçambique, Cambinda,..., com cultura Bantu )A massa escrava destes centros vinculava-se a formas de expressões religiosas "vincadas na região ha mais de cem anos". E importante notar o que nos diz Edson Carneiro: "Uma coisa que me merece destaque e verificar que todos os cultos ou quase todos funcionaram no quadro urbano, com pequenas exceções no quadro rural. Isto porque, no quadro rural o escravo não podia manter o culto organizado. Para isso ele precisava de dinheiro e liberdade, e isto ele só viria a ter nos centros urbanos". e assim que eles fundaram na primeira metade do século XVIII as Irmandades do Rosário e de São Benedito sob a orientação dos seus senhores. Foi enfrentando um período de repressão que se estendeu ate 1822, quando ocorre à fundação do Candomblé de Engenho Velho, na Bahia (1830) - inicio da fase do culto organizado.
Como já foi mencionado anteriormente, vários fatores se interpuseram à fixação do modelo nagô na região que compreende Rio e São Paulo. Logo de inicio, esta região recebeu maior número de africanos originários de Angola e Congo, os de língua banto. Os primeiros cultos começaram a se difundir por volta de 1763. Com a designação de macumba experimentaram certo período de resplendor que se apagou no inicio deste século. Debilitaram-se com as concessões feitas às tradições culturais de Angola. Assim e que passaram a adotar danças semi-religiosas e o culto dos mortos.
A adesão de novos brasileiros fortaleceu a absorção de elementos nacionais, desenvolvendo-se, assim, praticas espiritistas e ocultistas ao lado de novas divindades caboclas e negras. O processo sincrético que deu origem a Umbanda desenvolveu-se em etapas históricas:
Primeira: Africana ou básica - resultado da sedimentação de contribuições árabes, egípcias, semíticas, etc., formando os cultos básicos das nações que nos forneceram.
Segunda: Indígena - os negros que se internavam nas matas, principalmente os de origem banto identificam se com o que havia de semelhante nos cultos dos indígenas.
Terceiro: Européia ou católica - os negros e índios, incapazes de assimilar in toctuma a religião católica que lhes era imposta pelos padres, fizeram-no imperfeita ou parcialmente no que havia de correspondência com suas divindades tradicionais ( Sincretismo afro-católico na associação dos Orixás africanos aos santos da igreja. Vemos que o sincretismo afro-catolico permitiu a introdução das palavras de moral e fé deixadas por Jesus Cristo - sincretizado como Oxalá. Podemos também observar que casas sincréticas utilizam o Pai nosso, Ave Maria, o Credo, uso da cruz como símbolo de forca e ligação entre o mundo material e o espiritual ).
Quarta: Espiritista - após a libertação dos escravos vemos a integração do seu culto ao culto espiritista que se difundia entre as elites brasileiras desde 1873 ( Podemos ver que casas com essa influencia não utilizam o sincretismo, imagens, o culto aos Orixás, não utilizam bebidas ou fumos, não utilizam atabaques e muitas não trabalham com Exus. Por vezes vemos os trabalhos realizados nessas ramificações por meio de uma mesa onde as entidades descem para dar sua orientação e trabalho. Muito parecido ou como se fosse uma copia dos trabalhos espíritas tradicionais ).
Dai começa, então a se formar um novo culto, que se distancia dos candomblés da Bahia. Artur Ramos chamou este novo produto de "jeje-nago-mussulmi--banto-caboclo-espirita-catolico" e onde cada um contribuiu com uma parte (Culto Bantuameríndio). Por sua vez Edson Carneiro assevera que "em nenhuma outra área os cultos de origem africana se apresentaram em tão adiantado estagio de nacionalização. Cambando para a nacionalização, ainda não terminada, passou, primeiro, Dela grande etapa de tradução das crenças jeje-nago em termos angolenses (nação que predominava na região de Rio e São Paulo- Povos bantos) e, em segundo, pelas etapas do ocultismo e, espiritismo, estruturas fiel pensamento em que se apoiou a nova religião nos anos de intolerância". A nova religião que se derivou deste processo sincrético obteve varias denominações. Em Angola, dava-se o nome de Mbanda ao sacerdote, e ao invocador de espíritos, Ki-Mbanda. Desta forma, em principio, Umbanda queria dizer sacerdote; depois, por extensão, passou a designar "local de culto", e, finalmente, para nos, brasileiros, a religião. Em 1894, através da palavra de Hely Chanterlain encontramos o registro dos termos com o seu significado e derivação - ades. Partindo dai, a macumba-mista do Rio de Janeiro, produto sincrético de praticas espiritas, culto dos orixás e magia europeia, foi aos poucos tendendo para a denominação de Umbanda. Para Edson Carneiro existe uma diferença básica entre a Umbanda e a Macumba, e ambas sobrevivem lado a lado. "As confrarias, chamadas a principio macumbas, compreendiam a linguagem mágica dos tambores e a possessão da divindade de acordo com o modelo original - e por isso se viram expulsas do perímetro urbano carioca; as sucessoras, ou aquelas que se adaptaram as novas exigências policiais, passaram a chamar-se Umbanda, suprimindo os tambores e moderando a possessão".
O primeiro Congresso Umbandista realizou-se no Rio de Janeiro em 1941, visando estruturar uma pratica religiosa, o que já se fazia ha mais de trinta anos, desordenadamente. Nele faraó delimitados os elementos de cujo sincretismo surgiu a Umbanda nas suas diversas apresentações, já que não ha uma unidade doutrinaria e ritual e justamente o objetivo de seus órgãos de cúpula tentar tal unificação para o maior fortalecimento da seita.
Atualmente a Umbanda surge como um fenômeno social de maior importância, dado seu crescente predomínio... Já conta atualmente, no Grande Rio, com centenas de terreiros adeptos, o que a coloca na situação de religião prevista pelos estudiosos como a que devera predominar daqui a alguns anos.
A pesar da tradição africana, a Umbanda pode ser considerada essencialmente brasileira. Os santos se adaptam ao ambiente. Usa-se uma linguagem direta e compreensível. Os cultos africanos podem servir de modelo no que se refere à comunicação.
Tal adaptação explica o sucesso do crescimento do Umbanda. Alem disso, o crescimento do Umbanda no Grande Rio prendesse, sobretudo, aos anseios populares que encontram nesta religião uma identificação imediata, principalmente nas camadas mais baixas da. Para isso muito contribui:
a) o ritual, simples e direto. O médium adota a roupagem numa igualdade de condições com o ambiente ;
b) comunicação simples e direta - o crente fala diretamente com a entidade, através de seu cavalo; sem maiores problemas e com muita simplicidade, o crente trata dos seus assuntos de forma espontânea e clara, numa linguagem de fácil compreensão;
c) o imediatismo - a possibilidade de resolver seus problemas em curto prazo;
d) o sincretismo religioso - o que contribui positivamente para que seja cada vez maior o numero de adeptos aos cultos umbandistas. Através dos caboclos, pretos-velhos e exus, observa-se uma integração das religiões, cujos resultados poderão ser benéficos para os que buscam a Umbanda como um cordão extensivo da religião católica, que ainda respeitam e acreditam, mas que dela se distanciam cada vez mais;
e) a mística, extremamente simples e de poesia singela, atinge diretamente o sentimento do povo;
f) Os instrumentos são de percussão e o ritmo vibrante marca todo o culto ;
g) a facilidade de se entrar em contato com a religião, para se fazer à cerimônia religiosa.
Frei Boaventura da a sua posição católica, com referencia a Umbanda, afirmando que "e o movimento mais popular religiosamente, ao lado do pentecostismo, sobretudo entre a grande massa suburbana, e começa a penetrar as zonas rurais e atinge também as populações de origem europeia. Pode-se dizer que boa parte dos freqüentadores (e dirigentes) é branca, inclusive das classes sociais mais privilegiadas".
Para ele, a impressão e de "estar diante de um fenômeno de violenta irrupção de uma religiosidade insatisfeita com as formas religiosas oficiais e rígidas, excessivamente controladas e frias, demasiadamente complexas e intelectualizadas, que não dão suficiente atenção às tendências e exigências profundas das peculiares formas culturais de um determinado povo e impedem a manifestação espontânea da alma religiosa popular".
A Umbanda, continua Frei Boaventura, “da a impressão de ser um protesto popular contra todas as formas importadas e insuficientemente adaptadas”.
(...) Devemos tentar valorizar positivamente os ritos, usos e costumes da religião umbandista no Brasil. Pode-se afirmar que a presença da Umbanda no Brasil e a presença da África Negra no Brasil".
Para aquele frade, "O homem negro e essencialmente religioso, cultural, simbólico, mítico, ritual, celebrante, vital, sapiencial, contemplativo, social e que e fenômeno geral no negro africano a preocupação continua de se por em contato permanente com o mundo do além, o que o torna um ser estruturalmente religioso; e por isso sua cristianização para ser autêntica deve partir essencialmente deste pressuposto .
Finaliza ele, dizendo que "Devemos descobrir com alegria e respeito às sementes ocultas do Verbo nas culturas africanas. Contudo a Umbanda não é tradição africana e sim um curioso sincretismo de elementos africanos, ameríndios, espirituais e...”
(este é o nosso culto bantu ameríndios – praticados pela maioria das casas de umbanda)


O significado da palavra ameríndios é : Índio, indígena ou nativo americano são nomes dados aos habitantes humanos da América antes da chegada dos europeus, e os seus descendentes atuais. A hipótese mais aceita para a sua origem é que os primeiros habitantes da América tenham vindo da Ásia atravessando a pé o Estreito de Bering, no final da idade do gelo, há 12 mil anos.
O termo “índio” provém do fato de que Cristóvão Colombo, quando chegou à América, estava convencido de que tinha chegado à Índia, haja vista que o gentílico espanhol para a pessoa nativa da Índia é índio, e dessa maneira chamou os povos indígenas que ali encontrou. Por essa razão também, ainda hoje se refere às ilhas do Caribe como Índias Ocidentais.
Mais tarde, estes povos foram considerados uma raça distinta e também foram apelidados de peles vermelhas. O termo ameríndio é usado para designar os nativos do continente americano, em substituição às palavras "índios", "indígenas" e outras consideradas preconceituosas.

O significado da palavra Banto é a seguinte: Os bantos (grafados ainda bantu) constituem um grupo etnolingüistico localizado principalmente na África subsariana que engloba cerca de 400 subgrupos étnicos diferentes. A unidade deste grupo, contudo, aparece de maneira mais clara no âmbito lingüístico, uma vez que essas centenas de subgrupos têm como língua materna uma língua da família banta.
Estendem-se desde os Camarões até à África do Sul e ao oceano Índico, e pertencem à mesma família linguística, a das línguas bantas, e partilham em muitos casos costumes comuns.
Os negros da África do Sul foram às vezes chamados oficialmente "bantos" pelo regime do apartheid
Candomblé de Caboclo é todo candomblé que além do culto aos Orixás, Voduns ou Nkisis, cultua também espíritos ameríndios chamados de entidades, catiços ou caboclos boiadeiros, gentileiros. Inicialmente na Bahia os Candomblés não tradicionais, eram na maioria caboclos, que é um misto de Keto, Jeje e Angola.
Além dos caboclos, incorporam com espíritos que se denominam Exu (masculino) e Pombajira (feminino), mas não é o Exú Orixá do Candomblé, são bem diferentes, são denominados Exú de Umbanda.
É sempre bom lembrar que Exu catiço ou Exú de Umbanda (como é chamado o Exu não Orixá), Pombagira e afins não são do Candomblé de casas tradicionais. O que existe são zeladores (Babalorixás) que tiveram passagem pelo Candomblé de Caboclo ou pela Umbanda e depois se iniciaram no Candomblé, trazendo consigo algumas entidades da Umbanda, mas isto não as tornam do Candomblé, elas (entidades) estão em casas de Candomblé ou Candomblé de Caboclo, mas são Guias da Umbanda.
No Candomblé de caboclo as entidades recebem nomes um pouco diferente da Umbanda. Além dos caboclos de pena, que usam penachos como os da Umbanda, normalmente usam um chapéu de couro.
Como ficou esclarecido acima o culto Bantoameríndios é toda a casa que trabalha com princípios religiosos trazidos da áfrica, pelos escravos originários do Povo Bantu (angola, congo, benguela...) e utiliza o culto aos ameríndios ( nossos indígenas). Quanto ao fato de usarmos a denominação dos orixás yorubanos como (xangô, Ogum etc...) deve-se simplesmente por uma evolução ocorrida em todas as nações que cultuam os orixás terem adotados os títulos yorubanos.
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